segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Coração de Jesus continua a pulsar



Não há melhor símbolo para demonstrar o tamanho do amor de Deus para conosco do que o coração humano: fonte de toda nossa vida. O coração, fonte da vida humana, foi Divinizado a partir do momento que bombeou o Divino Sangue do Senhor Jesus. Já não é mais um simples coração: é um órgão Santo, é um motor que trabalha no compasso da oração, do jejum, da caridade, “renovando o homem interior dia-a-dia” (II Cor 4,16b). 
Dentro do peito amoroso de Jesus, o seu Sagrado Coração, sentiu-se “diferente” quando João Batista “testemunhou que Jesus era o Eleito de Deus”. Pulsou forte no primeiro milagre, nas Bodas de Caná, ao ouvir Maria dizer: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Deixou-se conduzir pelo amor, mesmo nos momentos de tensão, quando o Senhor expulsou vendedores do Templo, aí se lembrou de ter ouvido: “O zelo por tua casa me devorará”. 
Encantou-se com a ingenuidade de Nicodemos que queria entender o que é “voltar a nascer” e amou a mulher de Samaria que, não menos ingênua espiritualmente, não entendia que o Eterno em pessoa lhe falava da “fonte da vida”.
 Saltitou com o paralítico ao ouvir “toma teu leito e anda”, multiplicou pulsação ao perceber que a fome fora saciada e ainda sobrara “doze cestos cheios de pão”. Escondeu-se (queria ficar bem pequeninho nessa hora, mas não conseguiu) porque ouvira do Senhor que havia um traidor entre seus melhores amigos.
 Teve pena da mulher adúltera, mas logo veio o consolo: “Eu também não te condeno”. Nunca imaginou ver algo, mas enxergou nos olhos dos cegos que eram curados “pela Luz do mundo”.
 Chorou com o Senhor, ao saber que seu melhor amigo, Lázaro, estava morto e não se conformou… Contudo ressurgiu da tristeza, lá dentro do peito, junto com Lázaro, quando o Senhor disse “vem para fora”. Não compreendia quando o Senhor falava, o “grão precisa morrer para produzir frutos”, só entendia que sentia uma angústia nesses momentos.
 Também não entendeu nada ao ouvir os gritos de “Rei, Rei, Jesus é nosso Rei”. Não eram aqueles que diziam que Jesus não prestava?
 Sentiu-se imortal na última Ceia quando o Senhor prometeu “estar conosco todos os dias” através da Eucaristia. Encontrou-se com a humildade, ao sentir o peito que o acolhia tão próximo dos pés dos Apóstolos quando o Mestre os beijava e quase saiu para fora do peito ao ouvir a ordem: “Amai-vos uns aos outros”.
 Angustiou-se fortemente quando o Senhor rezava no Horto das Oliveiras e, ao chorar com o Mestre, chorou gotas de Sangue que saíram como gotas de suor pela Sagrada pele.
 Levou chicotadas, socos, ponta-pés, ouvia gritos, palavrões, desaforos no caminho do Calvário. Mas estava lá, pulsante, sem negar últimos instantes de vida ao Mestre.
 Partilhou das dores e, já não agüentando mais trabalhar, como um motor fadigado, foi parando lentamente… lentamente… e gritou junto com o Senhor: “Pai, em Tuas Mãos entrego Meu Espírito”.
 Quando tudo parecia terminado, nada mais parecia haver para doar, vem a maior forma de amor de Deus para com a humanidade: O Coração de Jesus é rasgado por uma lança, como um golpe de misericórdia para o Senhor, mas que se tornou um golpe de misericórdia para todos nós = dele saiu Sangue é Água.
 Sim, saiu água viva, aquela mesma que o Senhor se referiu tantas vezes: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” e “quem beber dessa água terá a vida eterna”…
 A vida não acabou e a morte não venceu o Senhor = a água continua a jorrar na Eucaristia, a cada dia.
 E pra quem acha que o Coração do Senhor parou de pulsar e de amar, feche os olhos, ponha a mão sobre o seu peito, no lado esquerdo, e sinta esse mesmo Coração, tão perto, ainda nos dias de hoje, pulsando… pulsando… te amando… te amando…  

José Luis dos Santos
Publicação autorizada pelo autor – Todos os direitos reservados

Nenhum comentário:

Postar um comentário