quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Talvez sejam meus olhos


Talvez sejam meus olhos que me enganam e não me deixam perceber o tempo passando. Mas ele passa. E com ele vemos o ciclo da vida tomando forma.
Eu não me arrisco a dizer que sei qual é o sentido da minha vida, o porquê de eu ter vindo ao mundo, qual a minha missão... Talvez eu vá sem tomar conhecimento disso.
Mas posso dizer que eu estou vivendo e apreciando tudo o que Deus tem me dado, inclusive o que eu tenho feito com cada presente.
E agora me refiro à família que formei. Casar fazia parte dos meus planos, provavelmente igual aos planos de qualquer menina que sonha em se vestir de princesa e encontrar seu príncipe. A vida conjugal sempre foi uma delícia, até eu engravidar. Não que a gravidez tenha sido acidental, pelo contrário, foi planejada por nós e abençoada por Deus. Mas ter um filho me mostrou várias características minhas que eu sequer sabia possuir. E para o casamento, torna-se um desafio. Porque cada mínima decisão que tomamos, não atinge apenas nós e nossos parceiros, mas atinge também a criança que acabou de chegar.
Ser mãe nunca foi um sonho pra mim, estava mais para uma consequência do casamento, algo natural da vida, você casa e tem filhos. Pronto. Sendo assim, tudo indicava que eu seria uma mãe super tranquila, relaxada. Eu não podia estar mais enganada quanto a isso.
Mas minhas emoções e sentimentos de mãe são assuntos para outro post.
Aqui o assunto é a passagem do tempo... Que insiste em se apressar.
Hoje, quando tento lembrar de minha infância, percebo que fui muito feliz. Tenho várias lembranças boas, de brincadeiras no quintal, passeios a cachoeiras, várias pequenas “grandes aventuras” que vivi, várias escolas que frequentei, inúmeras crianças que passaram pela minha vida, restando tão poucas que posso considerar minhas amigas. E com certeza também foi assim com meu marido, o tempo passou, mas se encarregou de não ser em vão.
E agora vejo nosso filho, em seu primeiro dia na escola. São muitos sentimentos que chegam em forma de um nó na garganta. Eu jamais conseguiria explicar todos eles.
Reconheço o medo de ele não receber todo o carinho que eu gostaria, a preocupação de que ele não goste da escola, a incerteza de ter feito uma boa escolha, mas me alegro em reconhecer principalmente a gratidão, por poder viver e experimentar tudo isso. Gratidão a Deus por ter abençoado cada passo até aqui e ter a certeza de que estou conseguindo viver todos os momentos, apesar do tempo que passa ligeiro, apesar dos meus olhos que às vezes me enganam e não me deixam perceber o tempo passando.

4 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. Realmente o tempo nos engana, mas temos que viver o hoje bem pra podermos preparar um bom futuro.

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  2. Sem palavras Katia pra um texto tão bonito .
    Parabéns tem talento com as palavras.
    Forte abraço

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