quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Falando em descriminalização do aborto...

‘Isso não é um bebê. É um aborto!’: a tragédia de bebês nascidos vivos durante a prática do aborto

A matéria é um pouco antiga e com certeza não foi ela que me fez ser contra o aborto, nunca fui favorável à prática. Mas a leitura do texto só me fez pensar ainda mais nas crianças abortadas, pois é o que são: crianças retiradas do ventre de suas mães. Aliás, tenho que me corrigir, não sei se é correto dizer "retiradas do ventre de suas mães", não acredito que a mulher que se submete livremente ao aborto pode ser considerada mãe. Talvez essa mulher abriu mão do título, ela claramente se recusou a ser mãe quando optou por tirar a criança de seu ventre. Mas não quero julgar (mesmo que o faça em meu coração) essas mulheres, eu não posso julgá-las, não tenho esse direito. Deus nos deu sim o livre arbítrio para escolhermos e decidirmos o que quisermos. Mas acredito que o poder de escolha se limita ao que diz respeito somente a nós mesmos, a partir do momento em que vivemos em sociedade as nossas escolhas interferem na vida de nossos semelhantes. Aí está uma das razões que me faz ser contra o aborto: acredito que não tenho o direito de impedir alguém de viver. Mas e quando esse alguém foi gerado contra a vontade da mulher? Podem me dizer que foi estupro, que a camisinha furou, que a pílula não fez efeito, que a mãe corre risco, podem dizer que a criança tem um problema de saúde que vai matá-la de qualquer forma... A criança também não pediu pra ser gerada, mas aconteceu. Aí está a principal razão de eu ser contra o aborto: a criança. Não consigo pensar que alguém tenha coragem de matar um bebê, embrião ou feto. Independente da quantidade de dias ou semanas, eu acredito que é uma criança. Indefesa. 
Dói em meu coração pensar nas crianças que foram impedidas de viver. Eu choro por crianças que nunca conheci e que ninguém vai conhecer, porque foram privadas do direito de viver. Então penso: se essas mulheres mudassem de ideia, se esperassem as crianças nascerem, será que ainda iriam desejar ter abortado ao ver aquelas pequenas mãos tentando segurar alguma coisa? Iriam desejar ter abortado quando olhassem aquela boquinha sem dentes tentando esboçar o primeiro sorriso? Ou quando o bebê parasse de chorar apenas por sentir o cheiro ou a presença daquela que permitiu-lhe viver? 
É preciso muita coragem pra ser mãe e é preciso muita coragem pra não ser. Ao decidir abortar, a mulher está se libertando da prisão que é ser mãe. Porque ser mãe é isso, é viver aprisionada a uma barriga que cresce por várias semanas trazendo desconforto e dores por todo lado. É preocupar-se 100% do seu tempo com o bem estar daquela criança que chegou. Ser prisioneira de brincadeiras sem fim mesmo quando já anoiteceu. É ser a Mulher Maravilha, mais forte e mais rápida que todos; ou a fada que cura qualquer ferida com um beijo; ou ainda a malvada que obriga a calçar chinelos e a comer verdura, mas é sempre a malvada favorita. Ser mãe é morrer de amor todos os dias, independente do tempo que durar a vida que trouxemos ao mundo. É preciso muita coragem pra ser mãe e é preciso muita coragem pra não ser. 
Eu sei que a descriminalização do aborto não obriga a mulher a abortar, a escolha ainda é dela, apenas facilita a prática já que não será mais ilegal. 
Mas é preciso defender a vida, especialmente a vida dos indefesos. E é por causa deles que eu choro.

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