Fim de ano. As festas e comemorações tomam conta de nossos
diálogos e de nossas preocupações. Nessa época é comum as pessoas se
perguntarem: que roupa vou vestir para passar o reveillon? Qual penteado vou
fazer? Eu tenho uma sandália que combine? Questionamentos comuns quando se
trata de qualquer tipo de festa, por mais simples que seja. Ao sermos
convidados para uma comemoração sempre nos preparamos bem, gastamos com roupas
novas, nos vestimos conforme exigem as regras de etiqueta, dependendo, até compramos
presentes! Nada contra. No entanto, raramente ouvi os mesmos questionamentos e
preocupações quando nos referimos à festa mais sublime que temos o prazer de
participar tantas vezes quanto quisermos, sem necessidade de convite. Que festa
é essa? A Missa. Concordo que é uma comparação injusta. Mas serve se quisermos
analisar o quanto as pessoas dão pouco valor a celebração mais importante de
nossa fé. Quando nos preparamos para uma festa pensamos na roupa adequada para
a ocasião: tecidos nobres e terno escuro quando o convite informa que o traje é
passeio completo. Escolhemos cuidadosamente os acessórios, para não exagerar. Se
vamos a uma comemoração na casa de algum amigo, é gentil levar algum mimo para
o anfitrião. Planejamos tudo, aliás,
quase tudo, só não pensamos na hora de voltar para casa, afinal festa tem que
ser aproveitada até o último segundo. Verificados todos os detalhes e após
muitas idas ao espelho, pronto, vamos à festa! Já quando vamos à missa, parece
que a preocupação não é tão grande. Roupas novas? Que nada! Pode ser uma que já
esteja no guarda-roupa mesmo! Há que se considerar sorte quando ao menos as
pessoas escolhem roupas decentes para irem à missa, afinal já vi muita gente usando
roupas completamente inadequadas. Alguns podem dizer: “As roupas não
representam meu caráter”, ou “Deus não se importa com a roupa que estou”. Ok,
nosso caráter vai além do comprimento do vestido e Deus realmente está
preocupado com coisas mais importantes do que bermudas. Mas considerando que
estamos em um local com várias outras pessoas, devemos no mínimo ter respeito
pelo próximo e nos preocuparmos sim com o que estamos vestindo, dedicar ao
menos o mínimo de tempo para se arrumar adequadamente para ir até a casa de
Deus. E ao chegar lá, mostrar a mesma disposição que teríamos em uma festa para
permanecer animados, alegres e envolvidos com o que está acontecendo. Nada de
cara feia ou de ficar “escorando” em qualquer canto. Se em uma comemoração
levamos algo para quem a está organizando, para a missa também devemos levar um
agrado ao dono da festa, a vantagem é que não precisamos gastar nada, o que
Deus espera de nós é um coração limpo e com espaço para que Ele o preencha. E a
hora de ir embora? Se estamos em uma balada, não há preocupação em ir para
casa. Já quando estamos à missa, qualquer coisa é desculpa para se apressar a
ir embora, até mesmo um compromisso inventado de última hora. E quando a festa
é boa nos certificamos de contar ao maior número de pessoas todos os detalhes
da festa, cada comentário hilário que surgiu e cada momento que passou, às
vezes até para causar inveja aos que não compareceram. Deveríamos ter a mesma atitude
depois da missa e contar a todos o quanto estava bom, repetir todas as palavras
de vida que foram proferidas, de modo que os demais se sintam com vontade de
participar também. Não entendam isso como uma crítica a quem é vaidoso ou aos
que gostam de festas, mesmo porque eu também gosto. É só um alerta para
começarmos a nos preocuparmos e nos prepararmos igualmente para a festa mais
importante. E então, vamos à festa?