No dia 14 de setembro celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz, que para nós cristãos representa a vitória de Cristo sobre a morte. A cruz é o maior símbolo de nossa Fé, foi por meio dela que fomos salvos. Ela recorda o Cristo crucificado, seu sacrifício, seu martírio resultante do imenso amor que mantinha por nós. E esse mesmo amor que recebemos por parte do Pai deve ser para nós a razão de nos permitirmos ser moldados por suas mãos tão amorosas. Fundamentado nessa relação de amor, o Grupo Santo Antônio realizou a Ultréia do mês de setembro. Refletindo um pouco sobre a pessoa que foi São José, acreditamos que ele, assim como Jeremias, se deixou moldar pelas mãos do Pai quando aceitou a missão de cuidar do Filho e da Mãe de Deus. Cuidar é olhar através, estar junto, proteger a pessoa cuidada, amparar nas necessidades. São José teve a ousadia e a Graça de cuidar de Jesus Cristo, o que só conseguiu por se permitir ser moldado por Deus, ser um instrumento em suas mãos. O amor gratuito que recebemos do Pai é libertador. Somos realmente livres, livres para amar com o mesmo amor que nos liberta. No entanto essa liberdade exige de nós oblação, silêncio e muita oração. Mas a oração não nos permite ser acomodados, precisamos orar e buscar uma mudança positiva para nós. Quando permitimos ser talhados pelas mãos de Deus, experimentamos uma mudança lenta, mas contínua. Todas as vezes que procuramos conhecer e vivenciar os ensinamentos da Palavra de Deus, estamos sendo moldados e melhorados, somos afastados do pecado mortal. Deus nos molda e retira todos os excessos, todas as falhas que poderiam corromper o vaso sagrado que somos. Os Sacramentos são os detalhes do Criador que enriquecem e modificam a obra-prima, eles levam Jesus para nossa vida, sendo sinais de sua misericórdia e fontes de libertação. O vaso sagrado que é nossa vida constantemente fica vazio. É uma saudade do divino, daquele que o criou. Essa ausência de Deus só pode ser preenchida pela presença Dele, pois Dele viemos, a Ele pertencemos e para Ele vivemos. Só conseguiremos diminuir essa saudade estando constantemente em busca do Pai, orando e agindo em busca de uma santidade que nos permita viver em sua Graça. O desafio está posto, mas não é fácil, precisamos ser persistentes. Nossa Fé não permite o comodismo, o Deus da Sagrada Escritura incomoda, questiona, desafia. Ele nos provoca a sairmos de nós mesmos e irmos em busca da Terra onde somos livres, a Terra Prometida: o Reino de Deus. É preciso vivermos o êxodo em nossa vida, sair da escravidão em busca da Liberdade. Para isso devemos conhecer e viver o Evangelho, pedir a Deus o discernimento para distinguir o que é a vontade de Dele e o que é capricho nosso, deixarmos nos moldar pelas mãos benditas do Pai, abandonar a resistência que nos impede de ser um vaso novo. Deus é o oleiro perfeito, que está pronto para curar, renovar e fazer de nós vasos livres para amar e servir. Basta reconhecermos que somos barro nas mãos do oleiro, como fez Isaías: “Mas agora, Senhor, tu és o nosso pai; nós somos o barro, e tu és o nosso oleiro; todos nós somos obra de tuas mãos.” Molda-nos Senhor, conforme tua vontade! Eis o convite e o desafio...